Segundo o Instituto
Paulo Montenegro, cerca de 75% dos brasileiros entre 15 e 64 anos não conseguem
ler e escrever de modo satisfatório e pleno. De acordo com o IBGE, o número de
analfabetos funcionais é de cerca de 30 milhões.
Para a professora
Silvia Gasparian Colello, atuante na USP, isto é bastante preocupante: "Os
números ainda são alarmantes numa sociedade supostamente democrática. E quando
a gente vai entender melhor esse quadro do analfabetismo, a gente percebe
outros problemas, que não é apenas o sujeito que não sabe ler e escrever, mas
aquele que passou pela escola, que supostamente deveria saber ler e escrever e
não se tornou um usuário da língua escrita. A gente sabe que muitos alunos
chegam no 7º anos da escola sem saber ler e escrever. Isso mostra que a escola
também não está cumprindo o seu papel”.
Segundo o IPM, o
indicador utilizado é o INAF, definido como "um indicador que mede os
níveis de alfabetismo funcional da população brasileira adulta. O objetivo do
Inaf é oferecer à sociedade informações sobre as habilidades e práticas de
leitura, escrita e matemática dos brasileiros entre 15 e 64 anos de idade, de
modo a fomentar o debate público, estimular iniciativas da sociedade civil e
subsidiar a formulação de políticas nas áreas de educação e cultura".
Quanto à metodologia,
declara que "O Indicador mensura os níveis de alfabetismo funcional da
população brasileira entre 15 e 64 anos de idade, englobando residentes em
zonas urbanas e rurais de todas as regiões do Brasil, quer estejam estudando ou
não. Em entrevistas domiciliares, são aplicados questionários e testes
práticos. O intervalo de confiança estimado é de 95% e a margem de erro máxima
estimada é de 2,2 pontos percentuais para mais ou para menos sobre os
resultados encontrados no total da amostra. A definição de amostras, a coleta
de dados e seu processamento são feitos por especialistas do IBOPE que, com o
mesmo rigor com que realizam seus demais trabalhos, oferecem esses serviços
gratuitamente em apoio à ação social realizada pelo Instituto Paulo
Montenegro".
Lígia Ferreira é analista de sócio-mecanismos.
Poderá também gostar de:Poderá também gostar de:
Nenhum comentário:
Postar um comentário